
Maria Amelia Salazar
UFF / Ciências matemáticas
Vencedora na categoria Ciências da Vida
Maior produtor de laranjas do mundo, o Brasil enfrenta uma dificuldade para aumentar ainda mais os ganhos econômicos da atividade: após a colheita, entre 10% e 50% das safras são acometidas por fungos que inviabilizam sua comercialização. A química da Universidade Estadual de Campinas procura solução para este problema em um lugar inusitado. Nas cascas das frutas, ela identifica moléculas produzidas pelos próprios fungos que podem ser usadas como um fungicida natural, que não prejudica o ambiente e nem a saúde humana.
Vencedora na categoria Ciências da Vida
Colocar novos alimentos no prato dos brasileiros, em especial na região Nordeste, é o resultado esperado do trabalho desta etnobotânica da Universidade Federal de Alagoas. Ela quer ajudar pequenos agricultores de um assentamento rural do estado a identificar, divulgar e comercializar plantas alimentícias não convencionais. Para a cientista, esta é uma forma de aumentar a segurança da produção, uma vez que essas plantas são mais adaptadas aos seus ambientes, além de reduzir a necessidade de agrotóxicos e fertilizantes.
Vencedora na categoria Ciências Físicas
Pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, estuda a evolução das galáxias. Uma de suas principais perguntas de pesquisa é compreender por que, em dado momento, elas param de produzir estrelas. Para respondê-la, Marina utiliza dados de grandes levantamentos astronômicos e informações obtidas por telescópios localizados no Havaí e no Chile.
Vencedora na categoria Ciências da Vida
Dormir mal não causa apenas mal-estar e cansaço no dia seguinte: a ciência aponta que os distúrbios do sono podem gerar uma série de problemas, incluindo, por exemplo, perdas cognitivas que podem levar à doença de Alzheimer. Esta neurocientista da Universidade do Extremo Sul Catarinense tem como proposta uma nova terapia para evitar ou reduzir os problemas de memória ocasionados por distúrbios de sono.
Vencedora na categoria Ciências Matemáticas
A matemática pode ser usada para descrever uma série de fenômenos da natureza. Esta pesquisadora da Universidade de Brasília se dedica ao estudo das equações que envolvem retardamento, isto é, em que decorre um certo tempo entre a causa e seu efeito – por exemplo, a ação de determinado medicamento no organismo humano, ou o crescimento populacional em determinada região. Esta é uma área relativamente nova da matemática, que vem ganhando destaque pela sua grande aplicabilidade.
Vencedora na categoria Ciências da Vida
A grande maioria das pessoas que sofrem traumatismo craniano apresentam apenas sintomas de um trauma leve e são liberadas após um breve período de atendimento médico. Porém, as consequências desse tipo de lesão podem aparecer dias ou até anos após o incidente. Este é o tema de pesquisa desta fisioterapeuta da Universidade Federal de Minas Gerais. Ela investiga as relações entre traumatismo craniano e inflamação, com a esperança de desenvolver novas metodologias diagnósticas e tratamentos para os problemas que o cérebro pode sofrer no longo prazo.
Vencedora na categoria Ciências da Vida
A resistência das bactérias a antibióticos é um problema global e cada vez mais grave. Para tentar combatê-lo, esta biomédica da Universidade Federal do Pará decidiu investigar os vários ambientes em que as bactérias circulam na Amazônia, incluindo os hospitais e pacientes, mas também solos agrícolas, produtos de origem animal e corpos d’água. Assim, ela pretende compreender como os genes de resistência a antibióticos circulam na natureza e nos locais ocupados pelo homem, criando gerações de bactérias multirresistentes.
Quando era criança, Jenaina vivia desmontando os aparelhos em casa para saber como funcionavam. Felizmente, a curiosidade infantil não ficou para trás, como acontece em muitos casos. Doutora em física, a pesquisadora estuda a estrutura de novos nanomateriais com aplicações em diferentes indústrias, em especial a eletrônica. Além disso, desenvolve equipamentos para produzir esses materiais, formados por uma ou por poucas camadas atômicas. Para a cientista, inovação é a palavra de ordem: “Tudo isso vai permitir desenvolver projetos de ponta e inéditos no país”, afirma.
Mineira de Belo Horizonte, Rafaela é a primeira da família a cursar doutorado e a seguir carreira científica. Especialista em química medicinal e computacional, desenha moléculas potencialmente capazes de inibir o funcionamento de proteínas essenciais na fisiologia do vírus zika e do protozoário Trypanosoma cruzi – causador da doença de Chagas. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos para essas enfermidades. A pesquisadora costuma ressaltar o papel social da ciência e a importância do trabalho com doenças tropicais negligenciadas.
A maternidade ocupa a cabeça de Pâmela dentro e fora do laboratório. Além de cuidar do filho Vítor, a pesquisadora estuda como o cuidado parental, ou a falta dele, afeta a formação do cérebro. Em experimentos com modelos animais, ela procura formas de prevenir e tratar problemas cognitivos relacionados à falta de cuidado na primeira infância. Para além da bancada, a cientista gaúcha se dedica a projetos de divulgação científica, como o PopNeuro, que leva atividades sobre neurociência a escolas de sua cidade.
Em Santana da Boa Vista, município gaúcho de pouco mais de 8 mil habitantes, Marilia, embrenhada na mata, costumava caçar sapos quando pequena. Hoje, a milhares de quilômetros de onde nasceu, está ainda mais próxima da natureza, com atenção voltada ao pirarucu. Ameaçado de extinção, um dos maiores peixes da Bacia Amazônica depende de uma estratégia precisa de conservação. Nesse contexto, a bióloga busca diagnosticar a real situação dos estoques naturais de pirarucu por meio da análise da diversidade genética das populações.
Foi nos laboratórios de ciências, durante o ensino fundamental e médio, que Gabriela viu seus olhos brilharem para a área científica. Hoje doutora em oncologia, o brilho nos olhos persiste: “Nossa área tem que ser movida à paixão, você precisa ser apaixonada pelo que você faz”. Seu grupo de pesquisa, formado majoritariamente por mulheres, estuda os mecanismos celulares e moleculares de resistência às drogas em pacientes com câncer de mama – entre outros tipos de câncer – e busca novos medicamentos que possam burlar esses mecanismos.
Apaixonada por ciência desde pequena e fascinada pela molécula de DNA, Fernanda não disfarça sua ambição: quer revolucionar a biotecnologia brasileira, em especial a área de biofármacos. Seu plano é aperfeiçoar as técnicas existentes para a produção de tilápias geneticamente modificadas, a fim de transformá-las em biofábricas de compostos interessantes para a pesquisa e a indústria, como o hormônio de crescimento. Se bem-sucedida, a inovação poderá levar à economia de milhões de reais ao sistema único de saúde brasileiro.
Com um quadro negro invisível e muita vontade de ensinar, Diana, ainda criança, explicava para sua bisavó o que aprendia nas aulas de matemática. Hoje professora e pesquisadora da Uerj, a matemática carioca investiga uma classe de problemas matemáticos conhecidos como grafos cúbicos, relacionados com a resolução de problemas reais de conflito, especialmente na área de computação. O prêmio veio num momento importante de sua carreira e vida pessoal; com a chegada do primeiro filho.
Acompanhar de perto o sofrimento da mãe com esclerose múltipla foi a motivação para Gabriela estudar a doença. Ela investiga os mecanismos causadores da dor, que compromete a qualidade de vida dos pacientes. Seu objetivo é desenvolver analgésicos capazes de bloquear a proteína TRPA1, encontrada no sistema nervoso e que pode desencadear o quadro doloroso. Em seu local de trabalho, as mulheres são maioria, e o trabalho é pesado. O prêmio, segundo Gabriela, “traz visibilidade e dá impulso para continuar superando as dificuldades”.
Como as espécies animais que habitam o planeta vão reagir às mudanças climáticas globais? Esta é a pergunta fundamental da pesquisa de Fernanda, que investiga o caso específico de lagartos da Amazônia e do Cerrado, dois dos principais biomas da América do Sul. A cientista goiana avalia o risco de extinção dessas espécies nos cenários climáticos futuros e espera chamar atenção para o fato de que as mudanças no clima ameaçam a biodiversidade e também a humanidade. “É preciso agir com urgência”, alerta.
A ambição desta cientista potiguar vai além do laboratório: Elisama espera que seu trabalho tenha impacto real sobre a preservação do meio ambiente. Ela foi atraída para esta área de pesquisa por um problema prático enfrentado na cidade onde vive, a poluição da água por nitrato, em Natal. Seu projeto premiado investiga a contaminação do solo por pesticidas e metais pesados e tem como objetivo final desenvolver uma tecnologia eletroquímica de baixo custo para reverter a poluição dos solos e dos lençóis freáticos.
Quando uma pessoa faz um corte grande na pele, fica marcada pelo resto da vida por uma cicatriz. No sistema imunológico, acontece algo parecido: certas infecções deixam marcas que permanecem mesmo após a cura do problema inicial. Denise pesquisa como essas cicatrizes imunológicas podem tornar os pacientes mais vulneráveis, causando inflamação crônica e prejudicando sua saúde no longo prazo, com risco aumentado de desenvolver males como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares.
Melhorar a vida de milhares de pessoas que sofrem com demência é a aspiração da geriatra paulista. Claudia estuda fatores de risco para esta condição, que figura entre as dez principais causas de mortalidade no mundo e ainda não tem cura nem prevenção eficaz. Seu projeto vencedor propõe investigar se o entupimento de artérias carótidas e coronárias por placas de gordura pode dificultar a chegada de sangue ao cérebro, propiciando o desenvolvimento da demência. Caso a associação seja confirmada, ela buscará formas eficientes de prevenção deste mal.
Ana vive de olho nas estrelas – literalmente, e com a ajuda de telescópios de última geração. Suas principais áreas de interesse são a formação e a evolução de galáxias e, para desvendá-las, a cientista estuda aglomerados de estrelas próximos à Via Láctea. Ao observar as características de estrelas muito antigas, ela espera encontrar pistas de como era o universo num passado remoto, o que constitui uma das questões fundamentais da astrofísica na atualidade. “Gostaria de servir como inspiração para outras meninas”, sonha.
Aos 36 anos, Adriana retornava de licença-maternidade após o nascimento do primeiro filho quando recebeu o prêmio – um incentivo especial para a pesquisadora, que sempre apostou ser possível conciliar a carreira acadêmica e as atribuições de mãe. Atuando numa área quase exclusivamente masculina, ela batalha diariamente para mostrar que lugar de mulher é… onde ela quiser. Com sua pesquisa vencedora, um modelo matemático para estudar a interação entre moléculas de um sistema físico, ela espera contribuir para a compreensão do comportamento de gases e fluidos.
Compreender o processo evolutivo dos nativos americanos, população menos estudada no mundo do ponto de vista genético, é o foco de Tábita. Para isso, ela desenvolve um projeto em que busca identificar que conjuntos de variações de genes estão levando a características que diferenciam fisicamente os americanos das populações de outros continentes. Além de buscar entender melhor questões relacionadas à evolução e à saúde desse povo, a pesquisadora também procura pistas sobre o povoamento da América.
Existe uma grande diversidade de galáxias; algumas são parecidas com a Via Láctea e outras, não. Especialista na área de astrofísica extragaláctica, Karín estuda a formação e a evolução desses sistemas estelares. Como a luz de galáxias distantes leva muito tempo para chegar até o observador, as imagens analisadas pela cientista as mostram em seus estágios mais primitivos. Juntando imagens de galáxias próximas e distantes, a astrofísica busca entender as transformações por que passam esses sistemas ao longo dos bilhões de anos da história do universo.
Desenvolver novos catalisadores (enzimas artificiais) que acelerem diferentes reações químicas de forma segura e eficaz é o principal objetivo do trabalho dessa química. Elisa pretende usar essas enzimas para destruir moléculas nocivas à saúde humana presentes nos agrotóxicos, melhorando a qualidade dos alimentos cultivados com esses produtos. Elas também podem ser usadas na terapia genética para reparar genes defeituosos, contribuindo no tratamento de males como câncer, fibrose e mal de Parkinson, entre outros.
O transtorno bipolar – doença caracterizada por alterações de humor – atinge de 1 a 2% da população mundial. Essa ampla disseminação chamou a atenção de Elisa, que decidiu estudar a fundo o tema para oferecer uma melhor qualidade de vida aos portadores do transtorno. O projeto da pesquisadora investigou se esses indivíduos apresentam envelhecimento celular e imunológico de acordo com a progressão da doença, com o objetivo de desenvolver medicações para combater esses efeitos.
Daiana busca uma terapia mais eficaz para o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma síndrome neurodegenerativa que se caracteriza pela perda seletiva e contínua de neurônios motores. A farmacêutica investiga se compostos com o carboidrato trealose e a vitamina E podem ser utilizados como agentes terapêuticos, atrasando o desenvolvimento da doença e melhorando a qualidade e a expectativa de vida. Em seu projeto, utilizou como modelo os vermes Caenorhabditis elegans, no intuito de reduzir os experimentos com animais em seu laboratório.
“A cada nova descoberta, uma euforia”. É assim que Cecília descreve sua vida acadêmica. A matemática carioca estuda códigos corretores de erros, fundamentais na solução de falhas na transmissão de informação por diferentes sistemas de comunicação, melhorando a qualidade desses serviços. Seu trabalho combina duas grandes áreas da matemática pura: a geometria algébrica e a Teoria de Números. Para ela, o reconhecimento conferido pelo prêmio é um grande incentivo para outras matemáticas, que atuam em uma área predominantemente masculina.
Curiosa desde criança, Alline teve seu interesse despertado pela neurociência aos 21 anos, quando foi diagnosticada com transtorno do pânico. Hoje, contribui para o desenvolvimento de psicofármacos menos prejudiciais e com efeito mais imediato. “O incentivo de um prêmio dessa importância nos diz que estamos no caminho certo”, afirma. Em seu projeto laureado, a pesquisadora mineira investigou se a produção de endocanabinoides, substâncias produzidas pelo nosso organismo que controlam várias funções do cérebro, poderiam acelerar os efeitos terapêuticos dos antidepressivos e do canabidiol.
Da rotina das unidades de terapia intensiva, a médica obteve inspiração para seu projeto laureado. Na tentativa de reduzir o risco de complicações como insuficiências renais e respiratórias em pacientes após cirurgias cardíacas, ela propôs utilizar, de forma preventiva, o balão intra-aórtico – um dispositivo usado desde a década de 1960, mas apenas em pacientes na iminência de uma parada cardíaca. Goiana de Anápolis, Ludhmila divide o tempo em que não está trabalhando entre ficar na companhia da família e ler sobre política e história.
Álcool e gravidez não combinam. Mas quais são os efeitos do consumo de bebidas durante a gestação sobre o cérebro do bebê? É possível reverter esses efeitos de alguma maneira? Estas são perguntas que Patricia procurou responder com seu projeto vencedor. A neurocientista catarinense avaliou o impacto positivo da atividade física sobre a neuroplasticidade, isto é, sobre a capacidade que o cérebro tem de se adaptar ao longo do tempo.
Controlar doenças autoimunes como o diabetes tipo 1 é o objetivo desta médica de São Carlos (SP). Para isso, ela propôs um projeto com células-tronco mesenquimais cultivadas em laboratório, que possuem três capacidades especiais: desinflamar o sistema imunológico, regenerar órgãos inflamados e criar novos vasos sanguíneos. Seu objetivo é usar tais células para interromper a agressão imunológica (típica das doenças autoimunes) ao pâncreas, preservando parte de sua função e mantendo a secreção de insulina.
Transtornos mentais como a depressão são, geralmente, diagnosticados pelo médico com base em longas conversas com os pacientes. Porém, como essas doenças podem ter origem biológica, é possível, ao menos na teoria, encontrar biomarcadores, isto é, indicadores biológicos, como moléculas ou genes, que permitam identificá-las. Esta é a área de estudo de Manuella, cujo projeto vencedor abordava marcadores moleculares e bioquímicos da depressão. A bióloga sonha em contribuir para a criação de alternativas para diagnóstico e tratamento da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Do que nós somos feitos? Letícia busca respostas para esta pergunta na escala das minúsculas partículas constituintes da matéria, como os quarks e glúons, que formam o núcleo dos átomos. Sua pesquisa está situada no ramo da cromodinâmica quântica, que descreve a interação entre essas partículas com o objetivo de prever com precisão diferentes fenômenos da natureza. Atuando num ramo predominantemente masculino, a pesquisadora une em seu trabalho duas paixões: o estudo das partículas e os métodos estatísticos.
Leishmaniose é uma doença causada por protozoários e atinge cerca de 12 milhões de pessoas no mundo. Entre os afetados estão principalmente pessoas pobres, motivo pelo qual a doença é negligenciada pelas grandes indústrias farmacêuticas, que não veem vantagem econômica no desenvolvimento de novos medicamentos para tratá-la. Preencher esta lacuna é o objetivo da farmacêutica goiana, que trabalha para a criação de terapias mais eficazes, baratas e com menos efeitos colaterais para combater a leishmaniose.
Ana era criança ainda quando sua habilidade para a matemática começou a chamar atenção: na escola, ela deixava a professora desconcertada ao ignorar as fórmulas apresentadas e fazer contas à sua maneira. Cearense de Fortaleza, a pesquisadora ganhou o prêmio com um projeto sobre a conjectura de Erdos-FaberLovász, uma hipótese matemática proposta em 1972 cuja veracidade ninguém ainda conseguiu comprovar. “Daqui a 50 anos, pode ser que essa descoberta sirva também para uma aplicação prática. Quem sabe?”, imagina.
Mineira de Alfenas, Taís fez parte de sua formação na Alemanha e trabalhou dois anos na Suíça com tecnologia farmacêutica. Graças a uma bolsa brasileira de atração de jovens talentos, voltou ao país, onde aprofunda seus estudos na área, com ênfase em sistemas inovadores para liberação tópica de fármacos. No projeto laureado, buscou novas formas de fazer com que um antifúngico chegue aos tecidos infectados em quantidades suficientes para o tratamento da ceratite fúngica, infecção na córnea que pode levar à perda total da visão.
Gaúcha natural de Antônio Prado, Raquel abandonou o sonho de ser música para se dedicar à ciência. Especialista em física da matéria condensada, estuda as propriedades de materiais porosos. No projeto vencedor, examinou a formação de poros em materiais semicondutores por irradiação com feixes de íons. Na prática, esses materiais são de grande utilidade para a indústria petroquímica, em que é necessário detectar a presença de certos gases corrosivos para evitar danos às tubulações, equipamentos e ao meio ambiente.
A riqueza da biodiversidade amazônica tem motivado muitos cientistas a buscar formas de promover seu uso sustentável. Joyce é uma delas. Desde a graduação, a química natural de Belém investiga as potencialidades dos óleos essenciais da região na produção de insumos para a indústria. O grupo de pesquisa do qual faz parte já catalogou mais de três mil espécies aromáticas, muitas com propriedade terapêutica. “É um sonho agregar o conhecimento científico com a indústria, pois faltam condições de manejo específico para gerar economia para a Amazônia”, afirma.
Uma argentina apaixonada por números, em busca de sua aplicação para o bem social. Esta é Florencia, a matemática nascida na cidade de Pehuajó, que se mudou para o Brasil em 2003 para cursar doutorado na USP. Hoje, como pesquisadora dessa universidade, desenvolve metodologias para associar as redes probabilísticas à análise de dados sobre o funcionamento do cérebro. Um dos objetivos do grupo da cientista ao associar a matemática à neurociência é o desenvolvimento de produtos para a saúde pública em neurorreabilitação.
As disfunções vasculares, ou seja, problemas nas veias, artérias e capilares, são o foco de estudo dessa farmacêutica do Mato Grosso. Dentre essas disfunções, destaca-se a hipertensão, uma consequência da contração irregular dos vasos nos quais o sangue circula. Em sua pesquisa vencedora, Fernanda examinou o comportamento dos vasos sanguíneos para entender como os fatores anti-inflamatórios poderiam potencializar os tratamentos já existentes contra a hipertensão, oferecendo uma esperança para os pacientes que não respondem bem a eles.
Diversas doenças infeciosas, mesmo que não acometam diretamente o cérebro, podem ter efeitos duradouros no sistema nervoso, levando, em alguns casos, ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos. Clarissa estuda algumas dessas doenças com o intuito de, ao entender melhor esses efeitos, aperfeiçoar seu diagnóstico e desenvolver terapias mais eficazes. No projeto contemplado, investigou as sequelas em longo prazo provocadas pela infecção generalizada no cérebro em desenvolvimento.
Doença mental que acomete milhões de jovens e adultos, o transtorno bipolar é uma das maiores causas de incapacidade entre as doenças crônicas. Muitas vezes, afasta pacientes do trabalho e do convívio social, além de estar associada à alta taxa de mortalidade por suicídio. A gravidade da patologia foi justamente o que levou Adriane a estudá-la. Em seu projeto vencedor do prêmio, ela analisou a interferência do uso abusivo de álcool no prognóstico do transtorno.
Síndrome de Down e doenças infecciosas são os temas centrais do projeto apresentado por Roselia para concorrer ao prêmio. Em amostras de sangue de pessoas com a síndrome, ela procurou identificar marcadores de inflamação e estresse oxidativo, em busca de terapias mais eficazes para tratar infecções nesses pacientes. A bióloga gaúcha, natural de Nova Palmas e residente em Pelotas, nutre o ideal de ajudar o próximo com suas pesquisas. Quando não está no laboratório, gosta de ler, tomar chimarrão e ir à praia.
Filha de engenheiros da computação, Paula pensou em ser bióloga, médica e física, mas acabou seguindo o exemplo dos pais na hora de escolher o que cursar na faculdade. Ainda durante a graduação, apaixonou-se pela matemática, carreira que abraçaria em sua trajetória acadêmica. Com o prêmio, financiou pesquisa sobre a estrutura algébrica dos anéis de grupos e as identidades de Lie, propriedades matemáticas que incluem, por exemplo, a comutatividade. Quando não está trabalhando em seus projetos, Paula pratica balé clássico e dança de salão.
Provavelmente a maioria das mulheres que usa cremes e outros produtos estéticos não reflete de forma profunda sobre o impacto que esses cosméticos podem ter sobre o meio ambiente. Mas é justamente este o tema da pesquisa premiada de Márcia, uma gaúcha que desde criança brincava de cientista e fazia experimentos com frutas, flores e álcool para criar perfumes. Em seu trabalho, ela investiga formas de usar microalgas para reduzir a poluição da água por nanocompostos presentes em produtos de beleza e tintas.
Começar a carreira acadêmica foi um passo literalmente gigante para Katiúscia: ela deixou a família em Palmas (TO) para estudar em São Paulo. A partir daí, percorreu também outros lugares para aprimorar sua formação, incluindo temporadas na Itália e na Alemanha. Seu projeto laureado, na área de física quântica, tem como inspiração a fotossíntese – processo biológico em que a luz é absorvida com altíssima eficiência – e como objetivo final o desenvolvimento de sensores solares, cada vez mais utilizados como alternativa para obter energia limpa.
Em 1999, a cirurgiã-dentista atendeu uma criança que apresentava tumor de face e neurofibromatose do tipo 1 (NF1), uma doença genética que afeta principalmente a pele e o sistema nervoso. Foi durante o tratamento desta paciente que Karin entendeu quantas lacunas de conhecimento ainda havia sobre a NF1, o que a motivou a tornar a doença seu objeto de pesquisa. Em seu projeto laureado, investigou mutações no gene causador da NF1, o que, espera, abrirá a possibilidade de um futuro mais animador para pacientes e seus familiares.
Desde criança, esta bióloga catarinense nutria interesse pelas áreas de meio ambiente e saúde. Aos 26 anos, Gislaine tornou-se a mais nova pesquisadora a ganhar o prêmio Para Mulheres na Ciência, com projeto sobre a neurobiologia da ansiedade e da depressão – mais especificamente, sobre como o cérebro de pessoas ansiosas lida com o estresse. “A ansiedade e a depressão são problemas de saúde pública, dos quais não se sabe exatamente a causa. Entendendo melhor sua neurobiologia, podemos encontrar tratamentos mais efetivos”, aposta.
Esta dentista mineira trocou o consultório pela sala de aula e pelo laboratório. Ao optar pela carreira acadêmica, escolheu como tema de pesquisa as neoplasias ou tumores na boca. Seu projeto premiado investiga os efeitos da radiação emitida por aparelhos celulares sobre as glândulas parótidas, responsáveis pela produção de saliva e localizadas próximo à orelha – justamente onde posicionamos o telefone durante uma ligação.
Desde pequena, Viviane queria ser professora de matemática. A pesquisa acadêmica, no entanto, não fazia parte de seus planos. Foi um trabalho com jovens e adultos que a fez mudar de ideia: “Esta experiência me despertou para o fato de que saber mais me ajudaria a ensinar melhor”. Diante disso, decidiu cursar mestrado e doutorado em matemática na UFMG, onde hoje leciona, e desenvolve estudos no campo da matemática pura, mais especificamente das álgebras com identidades polinomiais.
Como conta a própria Tatiana, seu trabalho de pesquisa começou de forma tímida, ocupando um quadradinho deixado por uma professora num laboratório da Unesc; mas seu crescimento não tardou. A cientista se divide hoje entre a instituição catarinense e o Departamento de Psiquiatria da Universidade do Texas, em Houston (EUA), onde também desenvolve estudos sobre infecção e inflamação no sistema nervoso central. Um dos seus focos de estudo – e tema central do projeto laureado – é a meningite bacteriana e seus efeitos no cérebro.
Promissora em diversos setores, a nanotecnologia tem uma função especial na área médica, que é a de permitir o desenvolvimento de terapias mais eficazes e com menos efeitos colaterais contra uma série de doenças. Pesquisadora em tecnologia farmacêutica, Rubiana trabalha na criação e avaliação de sistemas nanoestruturados contendo fármacos. Com base em seu conhecimento no campo, buscou desenvolver, no projeto vencedor, um antifúngico à base de Anfotericina B, usado para tratar infecções fúngicas sistêmicas, mais eficaz e menos tóxico do que o disponível no mercado.
Nascida em Lages, Santa Catarina, Mariana mudou-se para Florianópolis para cursar a graduação em química na UFSC, onde engatou, em seguida, o mestrado e, depois, o doutorado. Hoje como pesquisadora da UFPEL, desenvolve estudos na área de química analítica, investigando técnicas para a identificação de contaminantes em amostras ambientais, alimentares e de biocombustíveis. No projeto laureado, trabalhou no desenvolvimento de métodos para a determinação de contaminantes em glicerina obtida como coproduto da produção de biodiesel. Sem um destino adequado, essa glicerina pode acabar contaminando o meio ambiente, alerta a cientista.
Josimari estuda de perto o que todos querem manter distante: a dor. Ao investigar diversos aspectos da manifestação da dor, em diferentes situações patológicas, a pesquisadora busca formas de controlá-la. Em seu projeto vencedor, examinou o mecanismo de ação e o efeito da eletroestimulação analgésica na fibromialgia, doença que, além de não ter cura, envolve dores crônicas, diminuindo consideravelmente a qualidade de vida do paciente. O objetivo foi justamente buscar possibilidades efetivas de combate à dor em pessoas acometidas pela doença.
Apesar de os sintomas da dengue serem bem conhecidos, seus efeitos no organismo ainda precisam ser melhor compreendidos, especialmente no que se refere ao sistema cardiovascular. Visando produzir conhecimento sobre o tema e impulsionar o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos para o tratamento da doença, Daniella propôs analisar as alterações cardiovasculares durante a febre hemorrágica da dengue. Com a proposta, venceu o prêmio, que teve significado especial em sua trajetória acadêmica, ao ser oferecido justamente no início de seu trabalho como professora e pesquisadora na UFMG.
Nascida em Santos, Ana Luiza se mudou ainda criança para o Rio de Janeiro, onde cursou a graduação em Física na PUC-RJ. Já o mestrado e o doutorado foram realizados em Campinas, na Unicamp, instituição em que leciona e pesquisa novos materiais bidimensionais e suas aplicações na eletrônica. No projeto com que venceu o prêmio, investigou especificamente as propriedades eletrônicas do famoso grafeno, cuja descoberta rendeu o Nobel de Física a dois pesquisadores russos em 2010. O grafeno é forte candidato a substituir o silício em dispositivos eletrônicos.
Melhorar a qualidade de vida dos pacientes é a principal motivação de Simone para fazer pesquisas científicas. Em seu projeto laureado, ela avaliou a saúde sexual e a qualidade de vida de mulheres com doenças reumáticas crônicas como o lúpus, levando em consideração os efeitos dos medicamentos usados e o risco aumentado de neoplasias nessas pacientes. “A descoberta do lúpus provoca diversas reações nas mulheres: algumas pacientes casadas chegam a terminar os seus relacionamentos, enquanto outras ficam deprimidas e param de se relacionar em seu meio social”, conta.
Ciência e futebol são as duas paixões de Patrícia. O projeto de pesquisa que lhe rendeu o prêmio tem como tema motivador a fenilcetonúria, uma doença genética cujos portadores não produzem a enzima necessária ao metabolismo do aminoácido fenilalanina. A cientista procurou avaliar o acúmulo de fenilalanina no organismo de ratos e sua ação tóxica sobre sistema nervoso central dos animais. Com isso, espera abrir novas perspectivas terapêuticas para a doença.
Lucimara era criança em 1986, quando a passagem do cometa Halley despertou sua curiosidade sobre o espaço. A astronomia foi o ramo da ciência em que decidiu seguir carreira, e as estrelas e galáxias são seu principal objeto de pesquisa. No projeto premiado, buscou aperfeiçoar modelos realistas para o estudo das populações estelares que compõem galáxias distantes da nossa e são, portanto, difíceis de observar diretamente. Nas horas vagas, a pesquisadora se diverte em aulas de jazz e dança flamenca.
Aos 15 anos, em uma brincadeira de amigo oculto, Káthia ganhou um kit de química: nascia aí sua grande paixão profissional. Mas entre o sonho e a realidade houve um longo caminho. Ela trabalhou como caixa de supermercado para ajudar a família, até que se mudou para estudar em São Carlos, no interior paulista. Na universidade, enveredou pelo campo da química medicinal, onde pesquisa a interação, em nível molecular, entre fármacos e seus alvos biológicos. Seu projeto vencedor investigou substâncias com potencial aplicação no tratamento de fibrose, aterosclerose e câncer.
Primeira de sua família a fazer um curso universitário, Cristiane se apaixonou pela pesquisa ainda no início da graduação, quando participou de um projeto de iniciação científica. Desde então, dedica-se à investigação em bioquímica. Seu trabalho vencedor, realizado em modelos animais, avaliou o efeito do exercício físico materno, durante a gestação, sobre processos bioquímicos no sistema nervoso dos filhotes, incluindo o metabolismo energético e o estresse oxidativo – sua hipótese é que essas adaptações poderiam ajudar a proteger os filhotes de possíveis doenças após o nascimento.
A possibilidade de fazer parte de uma descoberta foi o que atraiu Bruna para a carreira científica. Em seu projeto premiado, a bióloga estudou, em modelos animais, os impactos do estresse psicológico crônico, em especial o efeito nocivo do excesso dos hormônios epinefrina e norepinefrina e o papel protetor dos hormônios sexuais, como estrógenos e testosterona. Com os resultados, ela espera propor alternativas para melhorar a qualidade de vida de pacientes com depressão e ansiedade.
Recifense com passagens por Rio de Janeiro, São Paulo e Campina Grande, Audrey encarou durante a graduação um de seus principais desafios: tornar-se mãe. Conciliando os cuidados com o filho e os estudos, concluiu sua formação acadêmica e tornou-se professora universitária. O projeto que lhe rendeu prêmio tem como objetivo aperfeiçoar testes estatísticos em grandes amostras e usa a construção matemática conhecida como “teoria assintótica de mais alta ordem”.
Tudo fica mais fácil para quem faz o que gosta. Esta é a receita de sucesso de Valéria, que, com muita dedicação e empenho, vem conquistando seu espaço no mundo da ciência. Da biologia à farmacologia, a pesquisadora vem desenvolvendo trabalhos relevantes para a área de saúde. No projeto vencedor do prêmio, investigou alterações indicativas de pré-eclâmpsia, uma das maiores causas de morte na gravidez e prematuridade. Hoje, estuda biomarcadores bioquímicos e farmacogênicos na individualização terapêutica, principalmente relacionados a doenças cardiovasculares.
Filha de psiquiatras, Sheila teve duplo estímulo para seguir carreira na área. Seu tema de pesquisa são os transtornos de humor, particularmente em crianças e adolescentes. O projeto com que venceu o prêmio enfocou aspectos genéticos relacionados aos transtornos, mostrando que, em alguns casos severos, o início da doença ocorre na infância e na adolescência, e que, quando há histórico entre os pais, a possibilidade de desenvolvê-la é dez vezes maior. A cientista alerta para a gravidade desses transtornos, que podem levar ao suicídio.
O estilo de vida que uma pessoa leva aos 40 anos irá fazer toda a diferença algumas décadas mais tarde. O aviso vem de quem estuda o envelhecimento cerebral, que, muitas vezes, vem acompanhado de doenças relacionadas à perda de memória. Lea foi premiada com estudo sobre a demência vascular. Para investigar o efeito da demência no cérebro, a pesquisadora examina, após a autópsia, o órgão de pessoas que desenvolveram o transtorno. Suas pesquisas podem contribuir para o melhor diagnóstico da demência e embasar campanhas de prevenção.
Dedicada e determinada, Flavia sabia desde cedo o que queria. Ingressou na faculdade de farmácia aos 17 anos e não parou mais de estudar, engatando mestrado, doutorado e até um pós-doutorado de dois anos na Nova Zelândia. Atualmente, pesquisa os mecanismos de produção de espécies oxidantes durante reações inflamatórias e como essas espécies podem afetar a resposta celular e o sistema cardiovascular. No projeto vencedor do prêmio, seu alvo de investigação foi o processo inflamatório na bexiga urinária hiper-reativa.
De origem humilde, Elysandra foi a primeira da família a concluir o ensino superior. Seus estudos e pesquisas na área de astronomia já a levaram para observar o céu de diversos cantos do mundo, desde o Chile até o Japão, com passagens pelo Reino Unido, onde realizou seu primeiro pós-doutorado. No projeto vencedor, investigou a formação de estrelas de alta massa. Atualmente, se dedica ao ensino e à divulgação da astronomia, desenvolvendo projetos e materiais sobre temas astronômicos e fazendo uso das tecnologias da informação.
Annelise conquistou o prêmio com projeto voltado ao desenvolvimento de complexos com potencial atividade biorremediadora, ou seja, capazes de descontaminar áreas ambientais poluídas. O objetivo era diminuir a toxicidade de pesticidas, uma meta bastante ambiciosa, sobretudo por se tratar de uma linha de pesquisa ainda emergente no Brasil. Mas foram justamente o potencial inovador da ciência e sua vontade de contribuir para ela com algo novo que levaram a pesquisadora a seguir carreira acadêmica.
A curiosidade sobre como funcionam o mundo e as coisas, fundamentais na carreira científica, levou Alexandra para o universo da bioquímica, área em que se especializou e desenvolve seus estudos sobre a esquizofrenia. Analisando a neuroquímica e o comportamento de ratos em que a doença foi induzida, ela e seu grupo buscam identificar riscos associados ao desenvolvimento do transtorno, com o intuito de sugerir possíveis intervenções. No projeto premiado, estudou especificamente a relação entre a esquizofrenia e o tabagismo.
Começou cedo a paixão de Maria Augusta pela ciência. “Na infância, o meu brinquedo favorito era o Pequeno Cientista. Aos 12 anos, ao assistir a uma reportagem sobre engenharia genética do Globo Ciência, fiquei encantada com o tema e saí em busca do caminho que me levaria a algo parecido”, conta. Em seu projeto premiado, ela investigou a atividade de uma enzima – a NADPH oxidase – na geração de radicais livres em diferentes situações patológicas, como inflamações, doenças vasculares e câncer.
Quem inspirou Lucielli para a carreira em farmacologia foi sua irmã, também farmacêutica. Já na graduação, ela se envolveu com um projeto de iniciação científica que despertou seu interesse pela pesquisa na área. Em seu estudo premiado, a cientista buscou comprovar, em modelos animais, que as fêmeas têm mais predisposição à ansiedade e à depressão do que os machos, e testou a eficácia do disseleneto de difenila no tratamento desses transtornos. Além de pesquisar e dar aulas, a gaúcha de Faxinal do Soturno gosta de fazer pilates.
Medicina veterinária era sua primeira opção no vestibular, mas a oportunidade de estudar perto de casa acabou levando Luciana para a química. Ela pesquisa enzimas com aplicação nas indústrias farmacêutica e alimentícia e, em seu projeto premiado, debruçou-se sobre as lipases, enzimas que atuam na quebra de gordura para formação de ácidos graxos. Seu objetivo era gerar lipases termoestáveis, isto é, capazes de resistir a altas temperaturas durante os processos industriais. Além de fazer pesquisa, a cientista adora fazer exercício físico e participar de provas de corrida.
A memória é o tema central da pesquisa desta bióloga gaúcha nascida em Nova Palma. Em seu projeto laureado, ela investigou o papel de dois compostos importantes para a manutenção de memórias de longa duração: uma proteína chamada BDNF, produzida pelo cérebro humano, e a dopamina, um neurotransmissor. “Fazer ciência exige dedicação: é necessário se empenhar para responder uma pergunta que tenha aplicabilidade e possa trazer algum benefício para as pessoas”, argumenta. Quando não está trabalhando, Janine gosta de ir ao cinema e sair com os amigos.
Gaúcha de Porto Alegre, Daniela teve dois motivos principais para escolher a medicina: ter médicos na família e ser apaixonada por estar sempre em contato com outras pessoas. Ao longo de sua trajetória, a oncologista descobriu também o gosto pela pesquisa científica. “Encontrei na pesquisa uma maneira interessante de ficar por dentro de todos os assuntos que envolvem o meu dia-a-dia de trabalho”, conta. Em seu projeto premiado, ela estudou fatores de risco para a recidiva do câncer de mama, em especial a relação da doença com fatores nutricionais.
Fazer matemática exige enorme capacidade de abstração, mas isso não é problema para Carolina – ao contrário, é justamente uma das coisas que lhe atrai na carreira de pesquisadora da área. “A matemática não exige tantos recursos como as outras ciências. Não precisamos de um laboratório equipado, apenas de uma biblioteca completa, acesso à internet, papel, lápis e muita tranquilidade, o que felizmente não custa tanto”, afirma. A pesquisadora estuda propriedades geométricas de objetos conhecidos como fanos, que são espaços curvos semelhantes às esferas, mas possuem múltiplas dimensões.
A interdisciplinaridade faz parte do dia a dia de pesquisa desta paulista de Jaú. Afinal, ela mistura física e biologia em seus estudos. No trabalho com que concorreu ao prêmio, Adriana propôs a utilização de pinças ópticas (técnica que usa luz para prender micro-objetos, como células, a distância, evitando a contaminação e o dano ao material manipulado) para o estudo da leucemia mieloide aguda. Seu objetivo foi compreender o que leva esse tipo de câncer a gerar metástase e, assim, aperfeiçoar o tratamento da doença.
Nascida na China e naturalizada brasileira, Wang, ainda pequena, se encantava com as histórias de grandes cientistas como Isaac Newton e o casal Marie e Pierre Curie. Mas foi na adolescência que descobriu a vocação para a matemática. Seu trabalho no campo da geometria diferencial abrange subáreas como a curvatura de variedades e visa contribuir para o entendimento da estrutura do universo. No entanto, o principal objetivo da pesquisadora é colaborar para o progresso da matemática, ferramenta básica para o desenvolvimento de quase todas as ciências.
Argentina de Buenos Aires, Tatiana se mudou para São Paulo ainda pequena, mas foi no Rio de Janeiro que se formou e deu início à carreira acadêmica na área da física. Seu foco de pesquisa está na spintrônica, que é a eletrônica baseada no spin – propriedade quântica das partículas elementares relacionada ao magnetismo. Estudos nesse campo podem contribuir para a fabricação de chips e computadores mais eficientes, com maior capacidade de processamento e com menor consumo de energia.
Monica esteve cercada, desde pequena, por pessoas que influenciaram sua paixão pela ciência e a estimularam a seguir o caminho da pesquisa. Seus estudos buscam compreender diversos aspectos do sono, particularmente os efeitos associados à sua privação. Os resultados obtidos têm mostrado uma forte associação entre a redução de sono e modificações no comportamento sexual de ratos machos, o que a levou a aprofundar suas pesquisas sobre a função do sono na resposta erétil. Com isso, pretende contribuir para uma melhor resposta ao tratamento da disfunção.
Quando ingressou na faculdade de química, Lucia só pensava em ser professora, mas o ambiente do laboratório a cativou de tal forma que decidiu fazer dele seu local de trabalho. A pesquisadora paranaense estuda as propriedades elétricas de compostos de interesse biológico e ambiental. Em seu projeto premiado, desenvolveu um método de análise específico para a cumarina – substância com ação anti-inflamatória presente em plantas medicinais como o guaco e a arnica –, com o objetivo de tornar o seu manuseio mais barato e eficaz.
A curiosidade e o prazer em aprender que marcaram sua infância foram decisivos na escolha de Ida pela pesquisa clínica, feita durante a graduação em medicina. O trabalho desta dedicada cientista gaúcha está focado em doenças genéticas raras, em especial as mucopolissacaridoses – ou simplesmente MPS –, que afetam vários sistemas do corpo. Como parte da Rede MPS Brasil, seu grupo busca caracterizar diversos aspectos dessas doenças no país, com o intuito de ampliar o acesso a seu diagnóstico, tratamento e prevenção.
O interesse de Glaucia pela ciência foi despertado nas aulas de física e química do ensino médio, mas foi a grande admiração pela cientista polonesa Marie Curie que a levou a optar pela química e seguir carreira acadêmica. A pesquisadora paulista estuda a oxidação do DNA e o papel de alguns compostos nesse processo. Os resultados de seu trabalho podem ser úteis para a medicina, na prevenção e no tratamento de tumores de pele, e para a indústria cosmética, no desenvolvimento de produtos mais eficazes.
Paulista de Araraquara, Andrea se interessou pela ciência ainda criança, época em que gostava de brincar com insetos e plantas. Mais tarde, inspirada por uma professora de química, decidiu prestar vestibular para o curso na área. Ao longo de seu percurso acadêmico, no entanto, foi se aproximando da física aplicada, campo em que desenvolve pesquisas sobre materiais com propriedades ópticas. Os resultados de seu trabalho podem trazer avanços nos setores de telecomunicações, medicina e energia e contribuir para a expansão da indústria tecnológica nacional.
O que leva proteínas normais a causarem doenças em humanos? Esta é a principal pergunta de pesquisa de Yraima, cujo tema central são as doenças neurodegenerativas como aquelas causadas por príons – um exemplo famoso é o mal-da-vaca-louca. Ela busca compreender por que proteínas que, em geral, não causam doenças começam a se agregar no sistema nervoso central, gerando uma situação patológica, e procura formas de interferir nesse processo, bloqueando a progressão dessas doenças. Hoje, a cientista coordena seu próprio laboratório na UFRJ.
O mundo minúsculo das estruturas nanométricas é o espaço de pesquisa desta gaúcha de Ivorá. Ela venceu o prêmio com um trabalho sobre nanoestruturas de carbono com potenciais aplicações químicas e biológicas.
Esta paulista de Pilar do Sul foi até o outro lado do mundo para aperfeiçoar sua formação no Japão. De volta ao Brasil, ganhou o prêmio com sua pesquisa sobre lipídeos modificados e implicações biológicas, tema que investiga até hoje, em especial em sua relação com processos fisiológicos e patológicos como envelhecimento, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.
Como o futebol, o café é paixão nacional. Afinal, muitos brasileiros consomem o produto diariamente! Mas o que essa bebida pode ter a ver com a saúde? Em seu projeto laureado, Lisiane investigou a ação da cafeína na prevenção do declínio cognitivo natural do envelhecimento e também em modelos experimentais da doença de Alzheimer.
Atualmente, estima-se que entre sete e dez milhões de pessoas vivam com mal de Parkinson em todo o mundo. A doença tem caráter neurodegenerativo, isto é, compromete o sistema nervoso central de maneira progressiva. Ela atinge principalmente pessoas idosas e ainda não tem cura. Por isso, em seu projeto premiado, Alessandra procurou avaliar a eficácia da terapia com células-tronco em modelos animais da doença de Parkinson.